A mulher de Henrique Alves Nogueira, que foi encontrado morto após ser filmado sendo colocado em uma viatura da Polícia Militar, em Goiânia, disse que está revoltada com a morte do marido e sente medo de uma possível represália dos militares envolvidos contra ela e o filho de 4 anos. Uma câmera de segurança flagrou a abordagem e o jovem sendo colocado no porta-malas da viatura.
“Quero justiça, porque o que houve com ele foi uma execução, está bem claro que foi. Estou desamparada e tenho um filho de quatro anos. Estou com medo de acontecer alguma coisa comigo e com meu filho”, desabafou a mulher, que preferiu não se identificar.
A Polícia Militar disse em nota que os procedimentos abertos para a conduta dos policiais militares estão seguindo os prazos e trâmites regulamentares. A corporação pediu a prisão dos agentes à Justiça Militar, na segunda-feira (15), para apurar outros crimes que podem ter ocorrido durante a abordagem.
A morte está sendo investigada pela Polícia Civil. O delegado André Veloso afirma que o vídeo da abordagem não condiz com a versão dos militares. Ele apura o que aconteceu com Henrique no período em que ele ficou, possivelmente, sob custódia dos militares, entre 8h e 20h da última quinta-feira (11).
“Na abordagem deu para ver que ele não estava com mochila nenhuma, não estava armado e não estava portando essas drogas. Ele estava sozinho, eles fazem a revista pessoal dele e o colocam no camburão”, explicou o delegado André Veloso.
Assim que a família recebeu a notícia da morte de Henrique, os PMs registraram boletim de ocorrência alegando que dois homens em uma moto de cor prata tentaram fugir de uma abordagem, um deles seria Henrique Alves.
A moto derrapou e o garupa desceu atirando contra a viatura, enquanto o piloto conseguiu fugir. Houve então um confronto entre a equipe e Henrique, na versão dos militares. O jovem estaria armado e levava uma mochila cheia de drogas.
O laudo do exame cadavérico feito no corpo de Henrique Alves revelou sinais de tortura, além de marcas de tiros.
Por G1 Goiás
