Africano preso ao grito de ‘vai gritar Lula lá na África’ diz que estava em churrasco no quintal de casa quando foi detido

Um africano de 32 anos, que foi preso ao grito de “vai gritar Lula lá na África”, negou que estava fazendo boca de urna, em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. O homem, que preferiu não se identificar, falou ao g1 que estava em um churrasco no quintal de casa quando foi detido por declarar apoio ao candidato do PT. Um vídeo registra a cena (assista acima). Um dos policiais envolvidos foi afastado das funções.

 

“Eu acordei de manhã, estava sem camisa, sem sapato. Eu estava na minha casa com meus amigos, fazendo churrasco. Eu sou apoiador do Lula, mas ninguém tem o direito de vir na minha casa para me prender porque eu quero que o Lula ganhe”, disse.

 

A situação aconteceu no domingo (2), dia do primeiro turno das eleições de 2022. Após as imagens circularem nas redes sociais, o Ministério Público (MP) pediu à Polícia Militar explicações e as identidades dos envolvidos, além de instaurar um procedimento para investigar o fato. O MP disse ainda que repudia e atua em diversas frentes no combate ao racismo.

 

Em nota, a Polícia Militar disse que, assim que ficou sabendo, determinou a abertura de um procedimento administrativo para apurar a circunstância do caso e afastou o policial militar das suas atividades operacionais até o final das apurações. A PM disse que “não compactua com nenhum tipo de conduta contrária aos preceitos das leis”.

 

O africano contou que mora a cerca de 200 metros de um local de votação e que, após acordar, foi fazer um churrasco com amigos no quintal de casa. Como é apoiador do Lula, ele disse que, durante a confraternização, falou abertamente sobre querer a vitória do candidato. Após isso, em determinado momento, ele disse que a polícia entrou no terreno dele sem justificativa e o prendeu.

 

“Eu falei para ele [policial] que eu simplesmente queria que o Lula ganhasse e ele chegou me agredindo dentro do meu lote e me prendendo. Colocaram uma pistola e falaram para eu colocar as mãos para trás”, disse.

Por G1 Goiás

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