Fernanda Chaves era assessora da vereadora e estava ao lado dela no carro quando ocorreu o assassinato
A ex-assessora da vereadora Marielle Franco, Fernanda Chaves, prestou depoimento na 2ª feira (12.ago.2024) ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Única sobrevivente do atentado que matou Marielle, Fernanda estava ao lado da vereadora no carro que foi metralhado pelo ex-policial militar e réu confesso Ronnie Lessa, em março de 2018.
O veículo era conduzido pelo motorista Anderson Gomes, que também morreu.
Fernanda foi arrolada pela PGR (Procuradoria Geral da República) na ação penal na qual são réus pelo assassinato de Marielle e Anderson o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro), Domingos Brazão, o irmão dele, deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.
Durante o depoimento, Fernanda relatou os momentos que antecederam o crime. Ela disse que a rajada de tiros foi curta.
Ao ser atingido, o corpo da vereadora reclinou sobre a assessora, que estava abaixada no chão do veículo. “Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo”, afirmou Fernanda.
A ex-assessora também falou que percebeu que Anderson Gomes tinha sido atingido quando viu que “as mãos dele, que estavam no volante, se soltaram”.
Questionada, a depoente confirmou que a vereadora defendia pautas de habitação em áreas da zona oeste do Rio de Janeiro, comandadas por milícias. “A agenda do mandato dela nessas áreas aconteceu.
A assessoria da pauta de urbanismo esteve em alguns momentos em agendas na zona oeste. É complicado dizer áreas de milícias, atribuir território a criminosos, mas, sim, tinha um trabalho sobre isso. Marielle fez essa interlocução com a Defensoria Pública para tratar desse tema”, disse.
De acordo com a PF (Polícia Federal), o assassinato ocorreu a mando dos irmãos Brazão, com a participação de Rivaldo Barbosa.
Foi motivado pela proteção dos interesses econômicos de milícias e para desencorajar atos de oposição política de Marielle. A base da acusação é a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso da execução dos homicídios.
No julgamento que transformou os acusados em réus, as defesas se pronunciaram e rejeitaram as acusações de participação no homicídio da vereadora.
Os depoimentos dos suspeitos serão realizados somente ao fim do processo. Eles também arrolaram 70 testemunhas de defesa na ação penal.
Com informações da Agência Brasil.