Paciente deverá ser indenizado após ter queimaduras ao ser tratado com produto veterinário para tirar larvas no ouvido

A Justiça determinou que um paciente seja indenizado após ter queimaduras ao ser tratado com um produto veterinário, em Pires do Rio, no sudeste do estado. O pedreiro Mauro Ribeiro de Oliveira Filho disse que estava com dor devido a larvas no ouvido após uma mosca entrar nele. Ele ficou com marcas depois que o líquido escorreu pelo seu rosto e pescoço. Ainda cabe recurso.

Mauro processou a prefeitura e o médico pelo ferimento. Inicialmente, teve o pedido de indenização negado. Ele recorreu e a Justiça reverteu a decisão e condenou a prefeitura e o profissional de saúde a pagarem, juntas, R$ 20 mil.

“Pelo menos a justiça está sendo feita”, disse Mauro.

O departamento jurídico de Pires do Rio está avaliando se vai recorrer ou não da sentença. O g1 não conseguiu contato com o médico José Antônio Duarte.

O caso aconteceu em 2015 e a decisão de indenização, em abril deste ano. Após procurar o Hospital Municipal de Pires do Rio, Mauro foi informado que deveria aplicar creolina, um desinfetante de uso veterinário, no ouvido com dor. O próprio médico José Antônio Duarte aplicou o produto.

Durante o uso do produto, o líquido escorreu em parte do rosto, causando queimaduras de segundo grau, perfuração no tímpano, e perda de parte da audição.

O médico assumiu no processo que fez uso do produto, mas que não houve lesão. Porém, exames feitos mostraram os ferimentos causados pelo produto veterinário.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina informou que não informa sobre a tramitação de denúncias, processos e sindicâncias.

Creolina

O produto é um desinfetante de uso ambiental e não deve ser utilizado em animais ou humanos. É um desinfetante e germicida, com comprovada ação bactericida e fungicida, de uso veterinário, e com eficácia comprovada como desinfetante de instalações rurais tais como: granjas, aviários, pocilgas, estábulos, haras, cocheiras, canis e galpões.

A ingestão pode causar diversos riscos à saúde, provocando, inclusive, danos permanentes ou até mesmo a morte.

G1 Goiás

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