Deputada estadual e presidente do Sintego é a entrevistada desta semana do ‘6 perguntas para’
Eleita deputada estadual em 2022, Bia de Lima (PT) diz que o primeiro ano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) serviu como aprendizado para entender como funciona a Casa.
Apesar de ter utilizado 2023 para aprender sobre o funcionamento da Casa, ela destacou sua própria atuação, afirmando ter sido uma das deputadas que mais apresentaram projetos durante o último ano.
Ao ‘6 perguntas para‘ desta semana, a parlamentar celebra a utilização do mandato para dar voz a segmentos que não possuíam “representação ideal ou principal” no Legislativo Estadual.
Além de deputada, Bia também ocupa o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). Para ela, estar deputada a permitiu trabalhar no fortalecimento da luta em defesa da educação pública em Goiás, avançando em pautas que estavam até então travadas.
Ainda dentro da área onde milita, não faltaram críticas a Ronaldo Caiado (UB). Segundo a parlamentar, ao pagar o mesmo salário para quem começou agora na sala de aula e para quem possui 30 anos de carreira, o governador Ronaldo Caiado age de maneira desrespeitosa com os profissionais.
Em âmbito geral, a deputada criticou o mandato de Caiado, dizendo que ele está mais focado em se projetar para 2026 do que resolver os problemas de Goiás e que ele deveria respeitar mais o mandato que foi dado pelos goianos.
Apesar de sua posição em relação ao chefe do Executivo Estadual, ela classifica a oposição feita pelo PT como ‘séria, com cuidado, zelo e responsabilidade’, votando de maneira favorável aos projetos que considere adequados e contrapondo aqueles com os quais não concorda.
Bia destacou os quase R$ 100 bilhões que serão investidos em Goiás por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sendo o 8º estado que mais receberá recursos. A deputada também garantiu que o presidente Lula (PT), visitará Goiás em 2024.
Sobre as discussões com parlamentares conservadores na Alego, a deputada diz que apenas quer ser tratada com “respeito e seriedade” e que está entrando no Ministério Público Federal (MPF) contra aqueles que ultrapassam os limites.
6 perguntas para Bia de Lima
Eleita deputada estadual em 2022, Bia de Lima (PT) diz que o primeiro ano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) serviu como aprendizado para entender como funciona a Casa.
Apesar de ter utilizado 2023 para aprender sobre o funcionamento da Casa, ela destacou sua própria atuação, afirmando ter sido uma das deputadas que mais apresentaram projetos durante o último ano.
Ao ‘6 perguntas para‘ desta semana, a parlamentar celebra a utilização do mandato para dar voz a segmentos que não possuíam “representação ideal ou principal” no Legislativo Estadual.
Além de deputada, Bia também ocupa o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). Para ela, estar deputada a permitiu trabalhar no fortalecimento da luta em defesa da educação pública em Goiás, avançando em pautas que estavam até então travadas.
Ainda dentro da área onde milita, não faltaram críticas a Ronaldo Caiado (UB). Segundo a parlamentar, ao pagar o mesmo salário para quem começou agora na sala de aula e para quem possui 30 anos de carreira, o governador Ronaldo Caiado age de maneira desrespeitosa com os profissionais.
Em âmbito geral, a deputada criticou o mandato de Caiado, dizendo que ele está mais focado em se projetar para 2026 do que resolver os problemas de Goiás e que ele deveria respeitar mais o mandato que foi dado pelos goianos.
Apesar de sua posição em relação ao chefe do Executivo Estadual, ela classifica a oposição feita pelo PT como ‘séria, com cuidado, zelo e responsabilidade’, votando de maneira favorável aos projetos que considera adequados e contrapondo aqueles com os quais não concorda.
Bia destacou os quase R$ 100 bilhões que serão investidos em Goiás por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sendo o 8º estado que mais receberá recursos. A deputada também garantiu que o presidente Lula (PT), visitará Goiás em 2024.
Sobre as discussões com parlamentares conservadores na Alego, a deputada diz que apenas quer ser tratada com “respeito e seriedade” e que está entrando no Ministério Público Federal (MPF) contra aqueles que ultrapassam os limites.
6 perguntas para Bia de Lima
1. Você está em seu primeiro mandato na Alego. Neste pouco mais de um ano no Parlamento, quais foram as principais conquistas do mandato?
Bia de Lima: Eu entendo que o primeiro ano foi crucial como aprendizado dos trâmites, da questão regimental e de como funciona a Assembleia. Mas também foi importante porque eu fui uma das deputadas que mais apresentou projetos de lei e requerimentos, que é o fato crucial no papel do parlamentar. Então nós aqui tivemos uma participação significativa, além de dar voz a quem não tinha. Dar voz a segmentos que não tinham a representação ideal ou principal aqui.
Nesse sentido nós tratamos de pautas difíceis, não apenas da Educação, mas também LGBTQIA+, negros e negras, questões ambientais, sociais como a própria questão da segurança pública que é algo muito conturbado às mulheres aqui em Goiás e tantos outros pontos que nós nos debruçamos e abraçamos para defender, representar e buscar saídas e propostas para Goiás.
Nós já tivemos no primeiro ano uma lei aprovada garantido às mulheres o direito de ter um acompanhante no momento que vão fazer algum exame invasivo, que precisam ser dopadas, para que elas possam ter um acompanhante de confiança, para evitar dissabores ou tipos de violências inesperadas em momentos que estão vulneráveis. É uma lei que nós já aprovamos e que está em vigor em Goiás.
2. Além de deputada, você é presidente do Sintego. Como avalia a educação pública em Goiás?
BL: O fato de ser presidente do Sintego e deputada estadual fortaleceu a luta em defesa da Educação Pública e dos profissionais da educação de Goiás, que é quem de verdade nos trouxe para a Assembleia Legislativa. Então aqui aproveito e agradeço todos os professores e administrativos não só da rede estadual, mas das redes municipais que nos elegeram deputada estadual.
Isso para nós é a construção de uma nova etapa na educação, visto que a partir do momento que chegamos na Assembleia, nós continuamos representando a educação de forma importante como presidente do Sintego, mas também com outro visual, outra força, dando voz na Assembleia para um segmento que até então, apesar de todos quando vão buscar votos dizer que defendem a educação, na hora que mais precisávamos a gente não tinha essa defesa que mais precisávamos. Isso tem sido muito significativo, a ponto da gente estar buscando agora avanços em pautas que vinham sendo travadas, dificultadas e a gente começa a ter esse destravamento destas pautas para nós da educação.
Então não resta dúvida nenhuma que é muito importante a associação da representação da categoria tanto do ponto de vista da legalidade, presidindo o sindicato, mas também do ponto de vista político, dando voz e força para esse segmento tão esquecido, tão desmerecido e desrespeitado em Goiás.
Com essa chegada aqui na Assembleia Legislativa a gente espera que de fato tenhamos as condições para avançar e valorizar definitivamente os profissionais da educação. Esse é um trabalho grandioso que a gente não para hora nenhuma para buscar ter êxito.
3. Como qualifica a oposição que o PT faz ao Governo Caiado?
BL: Nossa oposição é muito séria. Não é raivosa como vários fazem ao Governo Lula. É sóbria, de bom senso e muito séria. A gente chama a atenção daqueles pontos difíceis que não têm tido os avanços necessários, como no caso da garantia dos direitos da educação, dos servidores públicos e tantos outros segmentos, como a garantia da segurança das mulheres.
O Governo Caiado gosta bastante de dizer que Goiás é o estado mais seguro? Seguro para quem? Para as mulheres não é. Tendo em vista que nós estamos no topo do ranking onde mais se comete feminicídio contra as mulheres.
A nossa posição aqui na Assembleia é de aprovar aquilo que for positivo e aquilo que não for, nós não temos nenhuma dúvida de contrapor, como explicitar os motivos pelos quais nós somos contrários a esta ou aquela matéria e porquê que a gente inclusive tem tantas preocupações aqui.
Nós não fazemos oposição cega, raivosa. Fazemos com muito cuidado, zelo e responsabilidade. Acho que é isso que o povo goiano espera de nós.
4. O Governo Federal anunciou quase R$ 100 bilhões em recursos para Goiás no âmbito do Novo PAC. Lula ainda não veio ao estado esse ano. Ainda virá?
BL: Esses R$ 98,5 bilhões é algo nunca visto antes de investimento em Goiás. Goiás fica sendo o oitavo estado mais beneficiado em todo o país. E nós queremos fazer com que os benefícios sejam em todas as áreas, social, infraestrutura, educação, saúde.
Serão quase todos os municípios que vão receber os benefícios. Isso porque nós queremos que o nosso governo, o Governo Lula, faça a diferença em todos os lugares do nosso estado e do nosso país. Diferente do mandato anterior que não teve investimento algum, não teve obra alguma, o presidente Lula chega fazendo um grande investimento de garantir às prefeituras condições para levar políticas públicas à população.
Lógico que o presidente Lula virá a Goiás. Inclusive no ano passado já estava tudo certo, já estávamos em Rio Verde esperando o presidente Lula pegar o avião e em Goiás não tinha teto para o pouso e foi impedido de levantar voo e vir para Rio Verde, para inaugurar a Ferrovia Norte-Sul, que é um investimento iniciado no governo dele e que está sendo concluído.
Claro que queremos mais, um modal chegando em Jataí, mais e mais investimentos em todas as áreas. Inclusive no Entorno de Brasília, onde nós queremos que as pessoas não sofram tanto. Quem mora nas cidades satélites de Brasília possa ter mais qualidade de vida, com transporte digno e respeitoso.
Nesse sentido nós estamos buscando os investimentos para Goiás em todas as áreas e eu fico feliz. E ele virá sim, nós já estamos trabalhando nisso, não temos ainda a data, mas espero que seja ainda no primeiro semestre que ele venha a Goiás e por que não na minha cidade Jataí? Estou querendo muito que ele vá lá, estou conversando com vários ministros em Brasília com essa possibilidade de organizar a agenda do presidente para ele vir para Goiás.
E para nós será um motivo de alegria e satisfação recebê-lo em Goiás.
5. O embate da bancada do PT com parlamentares conservadores na Alego geralmente foge da realidade do estado e descamba para questões muito ideológicas. Ele é inevitável ou é importante para defender princípios e valores?
BL: O cenário político sempre é muito instigante. Como houve uma polarização muito forte, é óbvio que os eleitores do governo anterior continuam defendendo, querendo ter algum legado para chamar de seu. A verdade é que aqui em Goiás não tem nada, o Bolsonaro não fez absolutamente nada para Goiás.
Eu tenho feito aqui na Assembleia Legislativa o desafio: me aponte uma única obra, o que ele fez para Goiás? Só uma. E ninguém dá conta de responder, porque não tem.
Aí fica aquela defesa cega, raivosa, intransigente, agressiva, que tem até me surpreendido. Eu estou fazendo representação no Ministério Público Federal por conta dessas grosserias, que são próprias dos eleitores do Bolsonarismo, os chamados bolsominions.
Eu trabalho com muita seriedade e respeito a todas as pessoas, agora o mesmo eu quero de volta, o respeito e a seriedade. Então infelizmente tem pessoas aqui que não têm o hábito de respeitar ainda mais mulheres, porque são tão machistas que não têm o hábito de respeitar a representação das mulheres aqui na Assembleia.
Aqui o nosso papel é também de educadora. Nós vamos argumentando, mostrando com fatos, números, dados, com seriedade, postura que não adianta xingamento, ficar agredindo com grosseria, gritando, falando alto, falando grosso só porque usa chapéu. Não, nós não temos medo disso.
E nós vamos fazer aquilo que nos cabe, fazer as representações. Vai chegar uma hora que vai perder o mandato, simples assim. Vai chegar uma hora que nem a Assembleia vai suportar esses ataques desrespeitosos, como também vai chegar o momento que a Justiça será feita, eu não tenho dúvida disso.
6. Como avalia o governo Caiado?
BL: Eu acho que é um governo que às custas de muita injustiça tem galgado algumas posições. São seis anos sem pagar data base e aí vai pagar uma data base como agora com 3,71%. O que é 3,71% para quem já perdeu mais de 50% dos seus vencimentos? Aí o governo fez uma baita economia tirando dos servidores, dos aposentados que continuam contribuindo, porque a primeira coisa que o Caiado fez quando chegou no governo foi taxar os aposentados. Os aposentados de Goiás estão sofrendo horrores e ninguém fala nada. Eu acho isso um absurdo, destruiu a carreira do magistério.
Aqui em Goiás quem começa a carreira hoje e quem está há 30 anos recebe a mesma coisa, isso é inadmissível, um desrespeito a quem dedica a vida ao serviço público. Da mesma forma os policiais que não tem perspectiva, o pessoal da saúde, todos os segmentos.
Então fica comprando às vezes setores justamente para propagar uma ideia dizendo que é a melhor do Brasil. É fácil falar isso aqui em Goiás. Vai falar isso lá em São Paulo, Pernambuco. Então essa tentativa de querer se projetar em âmbito nacional utilizando publicidade e propaganda é fácil, eu quero ver resolver de verdade os problemas do povo goiano.
Porque você tem problemas do ponto de vista estrutural, é ponte caindo, é estrada que acabou de fazer matando o povo. São situações tão difíceis que nós temos vivido na educação, no serviço público, em todos os aspectos, nós precisamos de solução.
Então ele fica muito mais focado em uma pauta de interesse pessoal para 2026 do que para resolver as pautas para os goianos. Então nesse sentido eu acho deplorável, acho que ele deveria respeitar mais o mandato que os goianos deram a ele e procurar dar agora a resposta que todos os seguimentos esperam, não sei lá daqui quanto tempo.
Essa é uma questão que nós continuaremos cobrando, seja como deputada, seja como goiana, seja como dirigente sindical ou qualquer outra possibilidade de representação. A verdade é que está muito aquém do que deveria.
Deputada Bia de Lima durante discurso na Alego. (Foto: João Carlos/Alego)